sábado, 31 de maio de 2008

domingo, 20 de abril de 2008

"Do céu vai descer uma estrela"

A fusão nuclear domesticará a reacção que ocorre nas estrelas. Empresas portuguesas poderão participar na construção de algumas fases do projecto internacional ITER.


Imagine-se um "donut" gigante, feito em metal, cujo centro tem o volume equivalente a uma piscina olímpica (2000 metros cúbicos). Em vez de água contém uma mistura de gases a muito alta temperatura (100 milhões de graus centígrados). Como mantê-la no lugar? Nenhum material fabricado pelo homem resiste nestas condições. A única solução é o anel metálico gerar um campo magnético de alta intensidade (100 mil vezes superior ao campo magnético terrestre) que aprisiona o plasma.


Domesticar esta reacção que é a que faz brilhar as estrelas, usando a energia da fusão nuclear para produzir electricidade, é o objectivo do programa internacional ITER, ao qual Portugal está associado. São 12 mil milhões de euros (o equivalente a 10 pontes Chelas-Barreiro) para construir até 2027 um protótipo funcional. Envolve a União Europeia, Suíça, EUA, Rússia, Japão, Coreia, China e Índia. Uma instalação experimental está já em construção no Sul de França, a 100 km de Marselha.


Realizaram-se dois seminários em Lisboa, no Instituto Superior Técnico, por iniciativa do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear. Aí se fez o balanço do ITER e se discutiram as perspectivas de a indústria e os investigadores portugueses se associarem ao projecto. Ainda que Portugal não tenha experiência na área do nuclear, empresas portuguesas poderão participar na construção de algumas fases do ITER. Esta é a convicção de Carlos Varandas, responsável do IFPN, associado à gestão do acordo europeu para o desenvolvimento da fusão.



Rui Cardoso, Expresso 05/04/2008


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ainda a GreenCyber...

Dada a necessidade de grandes volumes de oleaginosas para a produção de biocombustíveis, uma vez que das sementes se extrai em média 80% de farinha e apenas 20% de óleo, a GreenCyber associou-se a um projecto pioneiro de investigação que passa pelo cultivo de micro-algas para a produção de biocombustíveis. O projecto, que envolve um investimento de 2,5 milhões de euros nesta primeira fase, está a ser desenvolvido pela Necton, através da sua subsidiária Alga Fuel, ao qual se associaram a Green Cyber, sendo também um projecto que está a ser estudado pela Espírito Santo Ventures. O objectivo é produzir micro-algas a uma escala industrial que possam substituir a colza e a soja na produção de biocombustíveis. As vantagens são notórias: as micro-algas reproduzem-se rapidamente, tendo uma produtividade 200 a 300 vezes superior às restantes oleaginosas; a área ocupada na sua produção é 100 vezes inferior à das culturas tradicionais, sendo precisos apenas 2.500 hectares para abastecer uma refinaria de 250 mil toneladas, face às necessidades de 500 mil hectares de soja e de 250 mil hectares de girassol. Para além disso, as micro-algas têm ainda a vantagem de sequestrar dióxido de carbono (C02) no seu processo de desenvolvimento, contribuído assim para a redução das emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera. Por cada tonelada produzida de micro-algas são consumidas duas toneladas de C02, ou seja, dez a vinte vezes mais do que as restantes oleaginosas como a colza, soja, girassol e palma. Pedro Sampaio Nunes diz que se este projecto da Alga Fuel resultar, "é uma revolução total que põe em causa o negócio tradicional das petrolíferas, daí que tenhamos apresentado este projecto à Galp, que está também a estudar um projecto semelhante em parceria com a Eni", afirmou. Pedro Sampaio Nunes afirma ainda que este projecto, no caso de ter sucesso, permitirá produzir biodiesel a 20 cêntimos o litro, face aos actuais 40 cêntimos das refinarias de petróleo.

GreenCyber avança com construção de refinaria de biocombustíveis em Sines

A GreenCyber, de Pedro Sampaio Nunes, vai construir uma refinaria de biocombustível em Sines, num investimento de 80 milhões de euros, com capacidade para produzir 250 mil toneladas por ano a partir de oleaginosas parcialmente produzidas em Portugal. Dos 80 milhões de euros previstos, 60 milhões destinam-se à construção da refinaria e 20 milhões à compra do primeiro volume de produção de oleaginosas, das quais a maior parte será importada do Brasil, Angola e Moçambique. Nesse sentido, o projecto da refinaria envolve um outro complementar, designado FirstForce, de produção e esmagamento de sementes de oleaginosas no Brasil, Moçambique e Angola para o qual estão previstos 300 milhões de euros. Pedro Sampaio Nunes afirmou à Lusa que a FirstForce está a negociar nestes três países cerca de 400 mil hectares para plantação directa e um milhão de hectares de concessão para agricultura familiar, cujas sementes serão depois vendidas à empresa.
A produção da refinaria será escoada para o mercado interno, que vai necessitar de 800 mil toneladas de biocombustível por ano para cumprir a nova meta de uma incorporação de 10% nos combustíveis rodoviários em 2010

Europa aposta nos biocombustíveis

A Europa quer 10% de biocombustíveis nos transportes até 2010. A política energética europeia, anunciada pela Comissão Europeia, prevê que até 2020, 20% da energia cosumida na União Europeia seja produzida a partir de fontes renováveis.
Por seu lado, os EUA estão a trabalhar uma proposta para multiplicar a produção de biocombustíveis por sete até 2012.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Modelos de carros movidos a hidrogénio

- BMW Hydrogen 7
O Hydrogen 7 é o primeiro modelo flexível do mundo que pode utilizar gasolina ou hidrogénio em seu motor de combustão interna.
- Honda FCX
O Honda FCX, presumivelmente significando Fuel Cell eXperimental), é um carro movido por motor movido a hidrogénio.
- Chevrolet Sequel
O Chevrolet Sequel é um modelo conceitual apresentado pela Chevrolet, que utiliza como propulsão a célula a combustível. O combustível utilizado é o hidrogénio.
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O projecto OScar (open source car) constitui a primeira tentativa de construír um automóvel com base nos princípios do movimento open source. O objectivo principal do projecto é produzir desenhos técnicos, utilizando aplicações open source de CAD (Computer-Aided Design ou desenho auxiliado por computador). O projecto ainda se encontra longe de produzir um carro real, mas o seu progresso tem sido contínuo nos últimos anos.
A finalidade do projecto não passa pelo desenvolvimento de um carro sofisticado, mas sim de um veículo simples e funcional, que responda às necessidades básicas de locomoção da humanidade, capaz de ser produzido em qualquer país, numa grande variedade de condições, a muito baixo custo, e cuja propriedade integral do desenho é do domínio público.
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Versão de 4 rodas
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Versão de 3 rodas com conjunto motriz destacado

A longo prazo, pretende-se introduzir na indústria o conceito de standardização no fabrico de componentes automóveis (indo de encontro a um dos princípios open source), permitindo importantes economias de escala e livre concorrência, tratando-se de uma abordagem radicalmente diferente ao modelo de negócio corrente na indústria, onde cada fabricante tem os seus próprios standards. Este monopólio de peças específicas constitui uma das mais importantes fontes de receita das marcas.

Entre os vários desafios que este carro tem de superar até chegar à fase de produção, contam-se a execução de crash tests e o cumprimento das apertadas normas de segurança e emissões para a industria automóvel. Isto levou a várias propostas para propulsores a energias alternativas (com versões movidas a hidrogénio, híbridas, e eléctricas).

Prós e Contras da utilização das energias renováveis

A generalização da utilização das energias renováveis confronta-se com os seguintes obstáculos:
- os custos de investimento são elevados e os períodos de recuperação muito longos;
- os diferentes factores envolvidos na tomada de decisões que afectam o sector das energias renováveis conhecem mal o potencial destas;
- uma atitude de resistência geral às mudanças;
- os problemas técnicos e económicos de ligação às redes de electricidade centralizadas não têm actualmente solução;
- existem dificuldades associadas às flutuações sazonais de certas energias (eólica e solar);
- algumas energias (os biocombustíveis) requerem uma infra-estrutura apropriada.
a passagem da fase de ensaios em laboratório para a demonstração com protótipo em mar real é fortemente dispendiosa, requer uma longa preparação e envolve riscos de várias ordens.
- o desenvolvimento dum sistema do tipo em questão, passando pelo projecto construção e operação de protótipo, até ao limiar da comercialização, requer a participação e coordenação duma equipa multidisciplinar, envolvendo empresas e instituições de I&D. Existe pouca experiência e tradição de empreendimentos deste tipo em Portugal.

Vantagens de se recorrer às fontes de energia renováveis:
- é consentâneo com a estratégia global de desenvolvimento sustentável;
- permite reduzir a dependência da União Europeia das importações de energia e assegurar assim a segurança do aprovisionamento;
- contribui para melhorar a competitividade global da indústria europeia;
- tem efeitos positivos no desenvolvimento regional e no emprego;
- a opinião pública é favorável.


Situação actual: a União Europeia possui um forte potencial no domínio das energias renováveis, que explora de forma desigual e insuficiente. Este sector, particularmente sensível às evoluções políticas, representa actualmente 6% do consumo energético interno bruto e poderá representar 7,4 a 9% em 2010